domingo, 25 de março de 2012

Portugal: Torre de São Sebastião ou Palácio do Conde de Castro Guimarães – Cascais - Lisboa

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Implantado junto à entrada para a Boca do Inferno, o Palácio do Conde de Castro Guimarães, como ficou conhecido, é uma arquitectura fortemente cenográfica e pictórica, que encontra, na perfeita integração com o meio envolvente e com os equipamentos já aí existentes, como a ponte rústica, um dos seus maiores trunfos. Por outro lado, e no contexto do século XIX, em que a história é integrada na arquitectura como memória colectiva , este palacete de veraneio constitui um exemplo de eclectismo, ao mesmo tempo unificador de várias linguagens arquitectónicas, que lhe conferem um enorme sentido de monumentalidade.
Seguindo a descrição de Branca Colaço e Maria Archer, o autor do projecto "deu-lhe a graça medieval das janelas geminadas, as cúpulas das igrejas orientais, os mirantes dos serralhos moiriscos, os coruchéus das catedrais góticas, os alpendres dos solares minhotos, as torres das fortificações bárbaras, os varandins dos palácios italianos, as arcarias do estilo manuelino, mil enfeites, mil contornos diversos". A mesma ideia está presente nos estudos recentes de Regina Anacleto, nas palavras de quem este edifício "patenteia uma amálgama de tendências e de materiais que se estendem desde o castelo senhorial a reminiscências mouriscas, manuelinas e renascentistas, bem como da pedra ao reboco de argamassa, passando pelo revestimento cerâmico".
A edificação do palácio deve-se à iniciativa de Jorge O'Neill, irlandês ligado aos negócios do tabaco e às finanças que, em 1892, requereu o aforamento destes terrenos à Câmara de Cascais. Tomando o exemplo de D. Luís, os nobres e personalidades influentes elegeram esta orla da linha como destino privilegiado de férias, implantado aqui as suas habitações de veraneio.
Crê-se que o modelo da casa que O'Neill veio a construir seja devido ao cenógrafo Luigi Manini, que o irlandês teria encontrado a pintar, neste local, inserindo na paisagem um palacete revivalista, tão ao gosto de outros projectos da sua autoria, como o Palace Hotel do Buçaco. Foi, no entanto, o pintor Francisco Vilaça quem concebeu o desenho do palácio, cerca de 1900, imprimindo-lhe um carácter cenográfico, devedor de Manini e de si próprio, que concentra nas fachadas-cenário todo o esforço decorativo.
Apresenta planta irregular, constituída por um corpo longitudinal onde se inclui o claustro, um outro também de planta rectangular, e a torre de São Sebastião, esta última de aparência românica. Os volumes são, igualmente, irregulares e de formas muito diversas, com fachadas abertas por vãos de características muito diferenciadas. Merecem especial destaque os jardins, com equipamentos diversos e um lago com uma parede de azulejos provenientes, muito possivelmente e como a iconografia indica, de uma igreja de religiosos teatinos. Na verdade, os azulejos que encontramos no exterior e no interior revelam, também eles, o gosto pelo antigo, tendo sido aqui utilizados painéis cerâmicos de origens diversas, quer do século XVII, quer do século XVIII.
Jorge O'Neill imprimiu ao palácio um cunho muito pessoal, bem visível nos elementos de origem irlandesa, como os trevos presentes nos ferros forjados, e nas pinturas de algumas salas.
Em 1910, O'Neill encontrava-se numa situação financeira difícil, que o levou a vender o palácio ao Conde de Castro Guimarães, um importante banqueiro que beneficiava de privilegiadas ligações internacionais. Este, sem descendentes, optou, no seu testamento, por deixar o edifício à vila de Cascais, com a condição do município fazer dele um museu e um jardim público. Assim veio a acontecer em 1927, aquando da sua morte, abrindo o museu ao púbico apenas três anos mais tarde, em 1930. Conservando as características de Casa-Museu, a sua colecção é constituída, essencialmente, por mobiliário, azulejaria, porcelana, pintura e arqueologia, dispondo, ainda, de uma biblioteca.

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sábado, 24 de março de 2012

Portugal: Castelo de Alcácer do Sal

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Designação
Localização
Setúbal, Alcácer do Sal, Santa Maria Castelo
Acesso
Encosta do Castelo, Est. do Bom Jesus dos Mártires, do lado N., ou por várias calçadas partindo do centro da vila, do lado S.
Enquadramento
Rural, cume de outeiro, isolado. Sobranceiro à vila, ao rio e aos terrenos adjacentes. Dentro do recinto do castelo encontra-se a Igreja de Santa Maria do Castelo.
Descrição
Planta irregular. 2 linhas diferenciadas de muralha, intercaladas por torres a intervalos irregulares, assentes na rocha e envolvendo o morro, uma do lado N., outra a S. Do lado N. a muralha e as torres, com adarve envolvente, são rematadas, em quase toda a sua extensão, por merlões quadrangulares; as torres mostram planta quadrangular; a NE., no extremo do circuito, a torre do Algipe, de base quadrada transformada em octógono por 4 taludes triangulares; no extremo NO. 2 torres mais elevadas flanqueiam um pano de muralha rasgado inferiormente por um arco redondo e superiormente por uma fiada de arcos menores, também a pleno centro. A S. resta apenas a parte inferior da muralha e da maior parte das torres; a SO. ergue-se uma torre ameada, a meio da linha de muralhas, a torre do relógio. Intramuros, encostado ao pano de muralha NO., as ruínas do Convento de Aracoeli, com comunicação com o corpo rasgado por arcos e flanqueado por torres; igreja com coro duplo, nave única rectangular já sem cobertura, capela-mor orientada, também rectangular, rematada por zimbório; do lado N. encosta-se o claustro de 4 alas e 2 pisos, o inferior rasgado por arcos redondos sobre pilastras, o superior por janelas de sacada, com moldura lisa e verga em arco rebaixado. O convento e a igreja abrem para o recinto do castelo.
Utilização Inicial
Militar: castelo / cultual: convento de freiras clarissas
Utilização Actual
Turística: pousada / Cultural e recreativa: museu arqueológico
Época Construção
Séc. 12 / 13 / 16 / 20
Arquitecto | Construtor | Autor
ARQUITECTO: Diogo Lino Pimentel (projecto de adaptação a pousada) / DECORADOR: Madalena Pimentel
Cronologia
Séc. 12 - construção provável do actual castelo, que terá sucedido a anteriores fortificações; 1158 - conquista por D. Afonso Henriques; 1191 - reconquista árabe - o torreão oitavado terá sido construído durante esta ocupação; 1217 - reconquista definitiva por D. Afonso II, que o doa à Ordem de Santiago, que aqui ficará sedeada até à sua transferência para Mértola; 1289 - reconstrução do castelo; 1570 - Rui de Salema e sua mulher D. Catarina de Souto Maior fundam o convento de Aracoeli de freiras clarissas, no interior do castelo, no local onde tinham funcionado os Paços dos Comendadores da Ordem de Santiago e os Paços Reais; 1969 - estragos provocados pelo sismo; séc. 20, anos 90 - início das obras de recuperação do castelo a pousada e a descoberta de um fórum romano; 1998, 16 Maio - inauguração da pousada; 2000 - anúncio de concurso público para adjudicação da empreitada de contenção e segurança dos taludes, publicado no DR III série, nº 215 de 16 de Setembro.
Tipologia
Arquitectura militar islâmica, românica. Panos de muralha verticais, coroados por merlões quadrangulares, reforçados por torres. A torre oitavada assemelha-se a 2 torres de Cáceres, à torre albarrã de Badajoz e à torre del'Oro de Sevilha, do período almóada.
Características Particulares
Estabelecimento de hotelaria inserido na rede Pousadas de Portugal, integrado no grupo das Pousadas Design Histórico.
Dados Técnicos
Paredes autoportantes e estrutura mista
Materiais
Taipa, alvenaria e cantaria de pedra, betão armado.
Intervenção Realizada
1958 / 60 - consolidação de muralhas do lado S: demolição de alvenaria de pedra e de taipa nas zonas em perigo de ruína; construção de alvenaria no recalçamento das fundações e em elevação para suporte de taipa e de terras subjacentes, em gigantes e muralhas; 1963 - consolidação de muralhas do lado N: demolição de zonas da muralha de difícil consolidação, recalçamento da muralha, reparação de paramentos, com encasque com pedra reaproveitada; 1966 - consolidação das muralhas a O nos mesmos moldes, reparação de coberturas de todos os elementos afectos à muralha; 1967 - continuação da consolidação da muralha do lado S; 1969/70 - consolidação da cobertura da igreja nas zonas mais destruídas, execução de cintas em betão armado no escoramento das paredes internas, de estrutura pré-esforçada na cobertura das alas do claustro, conservação das paredes e muralhas junto da igreja; 1971 - consolidação de troços instáveis da muralha: recalçamento de fundações, enchimento de vazios nos paramentos, acabamento com alvenaria imitando taipa; 1975 - recalçamento da muralha a O da torre do relógio e elevação da taipa até ao nível da rua; 1972 - continuação da conservação das muralhas em taipa e em alvenaria do lado N, elevação dos torreões do lado E., encasque da torre do relógio; 1982 / 1983 - recuperação de adarves e de ameias, continuação dos restauros da muralha em taipa e dos paramentos exteriores de muralhas e torreões; 1985 - reconstrução de torreão em alvenaria de pedra, com acabamento imitando taipa; 1986 / 1987 / 1988 - obras de valorização e recuperação: reconstrução, beneficiação e consolidação das muralhas e torreões; 1995 - obras de construção da Pousada; escavações arqueológicas.
Observações
O castelo teria inicialmente 30 torres, com mais de 25 m de altura e uma torre de menagem de maiores dimensões, 2 portas, uma a N., a Porta Nova, outra a E., a Porta de Ferro ). As escavações arqueológicas realizadas no Castelo de Alcácer do Sal revelaram construções da fase Almóada, Califal e do período da Taifas.

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sexta-feira, 23 de março de 2012

Portugal: Castelo de Ourém

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Localizado numa região correspondente na actualidade ao município de Ourém, o castelo do mesmo nome encontra-se estrategicamente situado no centro do país, na confluência de antigas vias, numa zona dotada de assinalável diversidade de recursos naturais essenciais à sobrevivência e fixação de comunidades humanas, a exemplo dos inúmeros testemunhos arqueológicos identificados até ao momento.

Conquistada, em definitivo, aos mouros em 1136, Ourém foi doada (1178) por D. Afonso Henriques (1109-1185) a sua filha Infanta Dona Teresa (Matilde), por iniciativa de quem lhe foi conferido foral, constituindo, desde então, parte dos territórios mais importantes das rainhas portuguesas, até que, em 1384, D. João I (1357-1433) a concede, bem como o título de Conde de Ourém, ao Condestável do Reino, D. Nuno Álvares Pereira (1360-1431).

É em meados do século XV, com D. Afonso, Conde de Ourém e Marquês de Valença, que as muralhas do primitivo castelo são rasgadas para edificação do Paço, até ser destruído quase por completo pelo terramoto de 1755. Entrou, então, num processo de degradação agravado pelas invasões francesas, já no início do século XIX, sendo, no entanto, contemplado no primeiro documento nacional de classificação de estruturas antigas como "monumentos nacionais", datado de 1910, numa confirmação da sua importância histórica, até que, na década de trinta do século passado, foi objecto de obras de restauro e de beneficiação e valorização, estas últimas já nos anos oitenta.

Destacado na paisagem em local de difícil acesso, no topo do monte sobranceiro à Vila, o castelo, originalmente edificado entre os séculos XII e XIII, foi dotado de um grandioso Paço no tempo de D. Afonso, Marquês de Valença (vide supra), nele imprimindo-se notória influência arquitectónica italiana.

Desenhando um triângulo, o conjunto que hoje observamos possui corpo central de planta rectangular e dois torreões (torres largas e ameadas) insertos no próprio muralhado de planta poligonal da Vila. Os dois pisos inferiores foram completados com um amplo terraço circundado por balcão com mata-cães sobre arcaria apontada assente em mísulas piramidais.

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quinta-feira, 22 de março de 2012

Portugal: Muralhas Fernandinas - Porto

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Antes de, em 1336, D. Afonso IV ter ordenado a construção de uma nova muralha, que reflectisse o grande desenvolvimento do burgo, existiu uma primitiva cerca, de menores dimensões e rodeando uma área consideravelmente inferior. Esta muralha românica, construída no século XII, corresponde à consolidação administrativa e urbanística do Porto (REAL, 1993, p.48), depois de um longo período de povoamento disperso, em bairros mais ou menos afastados entre si.
Dessa estrutura, restam ainda importantes vestígios, não obstante ter sido fortemente desmantelada nos últimos séculos. Rodeando o morro da Sé (verdadeiro centro nevrálgico da cidade medieval), possuía uma planta irregular ovalada, e era cortada por quatro portas principais, entre as quais a de Vandoma (demolida pela Câmara Municipal em 1885). Ainda desse período é a primeira fase construtiva da Casa da Câmara, no limite Norte da cerca, cujas ruínas chegaram até aos nossos dias.
A diferença de extensão entre esta cerca românica e a construída no século XIV revela o enorme desenvolvimento do Porto em escassos duzentos anos, atingindo uma população intra-muralhas estimada em cerca de 10 000 pessoas. A cidade havia-se estendido em todas as direcções, mas particularmente para Ocidente e para Norte, ligando os pontos elevados da Vitória e da Batalha. O seu traçado é ainda facilmente reconhecível na malha urbana citadina e dela restam partes consideráveis. O principal troço conservado localiza-se na zona nascente, facilmente visível da Ponte D. Luís, e compõe-se de uma secção de muralha ameada, com caminho de ronda e protegida por duas torres quadrangulares.
"A localização das portas da nova muralha deixa bem claro o traçado das primitivas vias que, do burgo do Bispo, saíam para São João da Foz e Bouças, Braga, Guimarães e Penafiel. Na rede viária intramuros vai salientar-se o largo de S. Domingos, como o de circulação fundamental no panorama das ligações internas da urbe" (REAL e TAVARES, 1993, p.67).
Nos séculos seguintes, foram muitas as alterações efectuadas nesta muralha. A maioria afectou as portas e as vias de comunicação com o exterior. Assim, em 1551, a Porta dos Carros substituiu um postigo aqui construído no reinado de D. João I. A Porta Nova é ligeiramente anterior, do reinado de D. Manuel (1522), edificada em substituição do postigo da praia. Ambas foram destruídas no século XIX, aquando dos programas de modernização urbanística portuense. Uma terceira porta, a Leste, denominada Porta da Ribeira, foi demolida na época dos Almadas, no âmbito das reformas setecentistas da cidade.
No século XX, as muralhas medievais do Porto foram objecto de uma grande campanha de restauro, ao sabor do revivalismo restaurador que caracterizou a política do Estado Novo. Os trabalhos principais decorreram entre 1959 e 1962, actuando prioritariamente sobre a escarpa dos Guindais. Nestas obras, foi descoberta uma casa-torre gótica, na Rua de D. Pedro Pitões, fronteira à Sé Catedral. Restaurada por Rogério de Azevedo, instituiu-se como ex-libris da estrutura militar medieval da cidade, albergando inicialmente o Gabinete de História da Cidade. Mais recentemente, algumas intervenções arqueológicas vieram contribuir decisivamente para o melhor conhecimento da evolução militar portuense, designadamente no morro da Sé, onde, na Alta Idade Média, se estabeleceu um dos muitos núcleos de povoamento da região.

Muralhas Fernandinas - Porto - Manuel de Sousa - 2

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quarta-feira, 21 de março de 2012

Portugal: Muralhas e Portas Antigas da Cidade de Viseu

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Variam muito as opiniões acerca das origens das muralhas viseenses, diversidade fomentada pela escassez de informações arqueológicas. Dada a antiguidade da cidade, tem sido consensual a atribuição de um primitivo amuralhamento ao período romano, hipótese confirmada recentemente por escavações arqueológicas realizadas no Largo de Santa Cristina, mas cuja amplitude, dimensão e perímetro se deconhecem. Também a cerca medieval se apresenta bastante problemática. Tem sido frequente considerar uma estrutura defensiva do burgo na viragem para o século XII, mas, invariavelmente, faltam certezas.
O que efectivamente sabemos acerca das muralhas de Viseu data da Baixa Idade Média, mais concretamente do século XV, momento por demais tardio face às condicionantes reconquistadoras que, com certeza, motivaram o amuralhamento da localidade logo nos primeiros tempos da nacionalidade, ou, ainda, antes.
No tempo de D. João I, trabalhava-se nas muralhas, mas a principal informação é do reinado de D. Afonso V: em 1472, uma epígrafe associada à Porta do Soar, indica que, nesse ano, o monarca ordenou uma reformulação da estrutura defensiva, passando esta a integrar as duas cercas antigas.
Esta informação é bastante importante, na medida em que certifica terem existido duas linhas de muros, já considerados antigos pelos meados do século XV. Neste sentido, é possível equacionar, pelo menos, duas fases anteriores, que poderão corresponder, mesmo, a épocas distintas de evolução urbana da própria cidade. Contudo, é possível que tenham sido o resultado dos primeiros amuralhamentos medievais, cuja eficácia foi dramaticamente testada no ciclo de Guerras Fernandinas, na segunda metade do século XIV, quando Viseu foi, por quatro vezes, atacada por exércitos castelhanos.
O que hoje resta destas muralhas data, assim, do século XV. Sob o patrocínio da dinastia de Avis, edificou-se uma cerca poligonal, de planta muito irregular (abraçando a própria fisionomia humanizada da cidade), cuja correcta definição das suas linhas está hoje bastante prejudicada pelas múltiplas alterações posteriores. Com efeito, os poucos vestígios que restam são secções isoladas e destituídas de ligações entre si, circunstâncias que impossibilitam a reconstituição do seu traçado.
Das sete portas primitivas, restam apenas duas, e das torres originais quase nada se conserva. As fases de destruição da muralha de Viseu estão ainda por esclarecer convenientemente, na medida em que parecem ter existido obras na época moderna, como o prova a lápide de 1646 associada à Porta dos Cavaleiros. Ao que tudo indica, o seu desmantelamento iniciou-se logo no século XVI, aquando da ampliação do Paço episcopal. Mais tarde, em 1844, a própria Câmara Municipal ordenou a demolição das antigas portas, recapitulando-se, em Viseu, um processo entendido como modernizante e que caracterizou a actuação de alguns municípios oitocentistas nacionais.
A Porta do Soar, ou de São Francisco, é o principal elemento remanescente. De arco ogival e com um pequeno troço adossada, foi o eixo fundamental de circulação da cidade, onde os construtores colocaram a epígrafe que data a construção do reinado de D. Afonso V e um brasão com as armas nacionais. No interior, um pequeno nicho contém ainda uma imagem do santo tutelar da Porta, característica comum às principais entradas das fortalezas tardo-medievais. A importância e o prestígio deste local fez com que, anexa à porta, séculos mais tarde, se construísse uma das mais interessantes casas civis barrocas de Viseu, o Solar dos Melos, cujo impacto urbanístico e simbólico levou mesmo a que a velha Porta do Soar passasse a ser conhecida como Arco dos Melos. No Largo de Santa Cristina, conserva-se um solar presumivelmente do século XVII, cujas fundações assentam sobre um troço de muralha, o que prova como na época moderna a antiga estrutura defensiva da cidade foi constantemente adulterada em benefício da ampliação de espaços civis.

Muralhas Viseu 1 - Foto Nuno Tavares - 13-05-05

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terça-feira, 20 de março de 2012

Portugal: Castelo do Sabugal - Guarda

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É um dos mais bem conservados e espectaculares castelos portugueses. Ergue-se no topo de um cabeço, contornado pelo curso do rio Côa que vindo de sueste, inflecte a partir daqui para norte. Anterior à fundação de Portugal, foi ocupado, em 1296 por D. Dinis, situação que só seria reconhecida um ano depois, através do Tratado de Alcanizes. A este monarca se deve a refortificação da vila, à qual concedeu, também, foral. Restaurado no reinado de D. Manuel, recebeu as suas armas que encimam, ainda hoje, a porta de entrada do castelo. Em 1811, durante a III Invasão Francesa, as tropas luso-britânicas instalaram-se aqui para preparar o ataque aos franceses em retirada. De planta trapezoidal, o recinto fortificado apresenta quatro torres nos vértices, a alcáçova e a sueste a torre de menagem, de mais de 20 metros de altura acima das muralhas e de base pentagonal. Exteriormente, havia duas obras exteriores de defesa, as barbacãs, uma a sul, com porta e uma outra a noroeste, na encosta que desce para o Côa. O visitante atento reparará na profusão de troneiras cruzetadas, aberturas para facilitar o tiro dos defensores (primeiro com bestas e arcos, depois com incipientes bocas de fogo). É imprescindível fazer o perímetro da muralha e subir às torres, sobretudo à de menagem, para contemplar a vista. Nesta última, a ascensão faz-se através de uma escada em pedra, que nos troços superiores passa a madeira. Existem diversos patamares dando acesso aos quatro balcões com mata-cães (cujos buracos no pavimento permitiam a defesa vertical da torre). O último andar tem tecto de madeira trabalhado, seguindo-se o acesso final ao terraço. Daqui de cima se pode ter uma ideia da topografia da região, avistando-se uma parte do curso do rio Côa, bem como o labirinto de curiosas casas de xisto que rodeiam o cabeço onde foi implantado o castelo. Para sul, as montanhas que se vistam assinalam já o território da Reserva Natural da Serra da Malcata, com belas paisagens.
Classificado como Monumento Nacional –D.L. de 16/6/1910; D.L. nº 38147 de 5/1/1951; Z.E.P.-D.L. (2ªsérie) nº 282 de 6/12/1949
Fonte: lifecooler

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segunda-feira, 19 de março de 2012

Portugal: Castelo e Muralhas de Óbidos - Leiria

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Há uma relação de afectividade neo-romântica para quem visita a vila de Óbidos. Serão poucos os casos no país onde a busca deliberada de um ideal cenográfico de Idade Média foi tão efectivo, razão da aparente atemporalidade das ruas do conjunto intra-muralhas, que, na sua sinuosidade, nas suas fachadas brancas e no vislumbre das inventadas ameias, nos transportam para um tempo mítico de um Portugal em formação.

São ainda obscuras as origens da fortaleza. Ao que tudo indica, a sua posição dominante em relação à extensa lagoa a ocidente, favoreceu a instalação de um primitivo reduto fortificado de origem romana. A Alta Idade Média não deixou vestígios aparentes da sua presença, e será, apenas, na viragem para o século XII que Óbidos voltará a merecer referências documentais precisas. No mesmo impulso expansionista que levou as fronteiras de Portugal até à linha do Tejo, em 1147, a vila passou para a posse de D. Afonso Henriques, ficando para a posteridade uma tradição de tenaz resistência por parte dos muçulmanos. Anos mais tarde, na sequência das investidas almóadas de final do século, coube a D. Sancho I reconquistar a localidade, dotando-a, então, de condições mais efectivas de povoamento e de organização.

1210 é uma das datas mais marcantes da vila. Nesse ano, foi doada às rainhas, passando a figurar como uma importante localidade da casa das soberanas nacionais. Com presença assídua dos casais régios ao longo das Idades Média e Moderna, Óbidos floresceu e foi sucessivamente enriquecida por obras de arte. O mecenato artístico patrocinado por D. Leonor (século XV) e, especialmente, por D. Catarina (século XVI), marca, ainda hoje, a paisagem arquitectónica da vila.

O castelo e as muralhas de Óbidos evocam a importância da localidade na Baixa Idade Média. Apesar de, em grande parte, serem obra inventiva do século XX, asseguram a todos os que se dirigem à vila a identidade daquele passado emblemático. Desconhecemos a configuração do perímetro amuralhado inicial, contemporâneo da acção dos nossos primeiros monarcas. A torre do Facho, no limite Sul das muralhas e ocupando um pequeno monte, tem vindo a ser atribuída à reforma de D. Sancho I, mas a verdade é que os vestígios materiais inviabilizam uma análise mais pormenorizada. A ser assim, a ligação deste espaço ao monte do castelo ter-se-á dado logo no século XII.

Mais consensual é a expansão urbana verificada na viragem para o século XIV. Com D. Dinis, Óbidos cresceu para fora das muralhas, ocupando o espaço em torno da igreja de São Pedro. Paralelamente, deu-se a reforma do sistema defensivo, e consequente actualização do dispositivo militar, campanha que deverá ter conferido a actual configuração ao perímetro amuralhado. Anos mais tarde, D. Fernando terá patrocinado novas obras, tendo a torre de menagem ainda o seu nome.

Dividido em duas zonas essenciais (o castelejo, onde séculos mais tarde se instalou a Pousada, e o bairro intra-muros), a cerca define um perímetro bastante irregular, de feição rectangular e não oval, como seria mais frequente na castelologia gótica nacional. Entre o castelo propriamente dito (a Norte) e a Porta da Vila (a Sul), a Rua Direita estabelece a comunicação e aparece como o eixo de circulação privilegiado dentro da vila. Sensivelmente a meio, a Praça de Santa Maria é o principal largo do conjunto, ocupando um espaço quadrangular que corresponde ao adro da igreja tutelar da vila.

A reinvenção do castelo deu-se na década de 30 do século XX. Por acção da DGEMN, que visava reverter o conjunto à sua imagem medieval, todos os parapeitos foram dotados de ameias, assim como se reedificaram torres e troços que, entretanto, haviam sido destruídos. No final dos anos 40, construiu-se a pousada, no local do antigo paço, e toda a vila foi dotada de uma homogeneidade estética que passou pelo revestimento de cal das fachadas e pelo pavimento uniforme de todas as ruas.
Muralhas Obidos - wikimedia - Paulo Juntas

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domingo, 18 de março de 2012

Portugal: Castelo e Muralhas de Celorico da Beira

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Tal como o vizinho castelo de Linhares, também o de Celorico tem sido objecto de atribuições lendárias em relação às suas origens, que os escassos trabalhos arqueológicos efectuados no recinto estão longe de confirmar. Com efeito, e até ao momento, nenhum vestígio material foi identificado que relacione o local com as lendárias fundações de Brigo e dos Túrdulos. Por outro lado, não está igualmente provada a relação do actual morro do castelo com a romana Celióbriga. Em 1635, noticiou-se o aparecimento de uma inscrição latina, mas ela veio posteriormente a desaparecer e desconhece-se o contexto e o local da descoberta.
Idênticas dúvidas devem colocar-se a respeito da passagem de Celorico para a posse portuguesa e quais as obras empreendidas pelos nossos primeiros monarcas. Adriano Vasco Rodrigues admite que, no século XII, o local era já fortificado e que D. Afonso Henriques o conquistou e concedeu carta de foral aos seus moradores. A primeira referência concreta acerca do castelo data de 1198, ano em que a fortaleza se viu cercada por tropas leonesas, o que obrigou o seu alcaide, D. Rodrigo Mendes, a solicitar ajuda a seu irmão, D. Gonçalo Mendes, à época alcaide de Linhares. Desconhece-se, todavia, qual a configuração da fortaleza, ou quais as obras que levaram a que, já então, o castelo tivesse inegável relevância estratégico-militar. Em 1217, Celorico teve foral passado por D. Afonso II e, em 1246, a fortificação foi cercada pelo futuro Afonso III, no quadro da guerra civil que então se viveu entre este monarca e seu irmão mais velho, Sancho II.
O aspecto geral do castelo que chegou até hoje data de uma ampla reforma levada a cabo no reinado de D. Dinis e, ao que tudo indica, já durante o século XIV. A configuração geral planimétrica assim o sugere, incluindo-se o recinto no protótipo de fortalezas góticas. Apesar de se adaptar às condicionantes do terreno, é claro o perfil oval da cerca. Paralelamente, a torre de menagem adossa-se aos muros exteriores, na sua secção Nordeste, respondendo, desta forma, às exigências de defesa activa que caracteriza este período da arquitectura militar ocidental.
A torre é de planta rectangular e possui apenas dois pisos, mas é, ainda assim, a mais alta de quantas sobreviveram. O acesso faz-se por porta elevada no alçado, em arco quebrado, originalmente através de escada amovível e, na actualidade, por escadaria metálica. Duas portas (a Sul e a Ocidente) permitem o acesso ao interior, num esquema que pode ainda ser de origem românica, conhecendo-se a aversão que a arquitectura militar dos séculos XII e XIII teve em multiplicar aberturas nas muralhas.
Ao longo dos séculos seguintes, foram muitas as campanhas construtivas que se sucederam no espaço do castelo. As próprias obras de construção ter-se-ão arrastado pelos reinados de D. Afonso IV, D. Pedro e D. Fernando e, no século XVI, há notícia de várias beneficiações. Em 1640, a seguir à restauração da independência, realizaram-se obras mas, um século depois, Jerónimo Contador de Argote descreve o castelo como estando muito arruinado, com troços de muralha destruídos e a cisterna entulhada. O processo de desmantelamento da fortaleza intensificou-se no século XIX, datando de 1817 um pedido do corregedor da comarca para utilizar a pedra do castelo em diversas obras de calcetamento. Em 1835, era a própria câmara que cedia a pedra para o mercado municipal e, nas décadas seguintes, contam-se várias destruições na estrutura.
O restauro do conjunto começou a ser executado a partir de 1936 e prolongou-se até aos primeiros anos da década de 40. A filosofia dos trabalhos obedeceu a uma "reintegração" inventiva, pelo que grande parte do que hoje se pode encontrar resulta dessa idealização da Idade Média. Reconstrução de muralhas, grandes remeximentos de terras no interior, substituição de pavimentos e de telhados, alteração de cérceas, foram alguns dos aspectos que caracterizaram essa intervenção.
Texto: PAF / IPPAR


Castelo Celorico da Beira - Hermínio Duarte Ferreira 07-12-2006 -IPPAR 2

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sábado, 17 de março de 2012

Descoberto quadro de Leonardo Da Vinci escondido debaixo de outra pintura

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    Investicadores acreditam ter encontrado um quadro pintado por Leonardo Da Vinci desaparecido há séculos atrás.
    O investigador Maurizio Seracini há 30 anos que andava à procura do quadro "A Batalha de Anghiari" que tinha sido dada como perdida há séculos atrás.
    Esta obra foi encontrada no Salão Quinhentista do Palácio Velho de Florença e pode corresponder à obra de Leonardo da Vinci.
   
"Estamos ainda numa fase preliminar da investigação e há muito trabalho pela frente para resolver o mistério, mas as provas mostram que estamos a procurar no sítio certo", disse o responsável pela equipa de investigadores.
     Os Investigadores com um radar e uma sonda com uma microcâmara detetaram um espaço vazio entre a pintura de Vasari e o muro posterior e descobriram pigmentos de tinta que muito dificilmente pertenceriam à tinta de uma parede normal.
     Os pigmentos encontrados tem uma composição quimica igual às obras "La Gioconda" e "São João Baptista".
     O Presidente de Florença está convicto que é a mesma obra.

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Portugal: Muralhas do Castelo de Coimbra

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A cidade de características urbanas mediterrânicas mais a Norte de Portugal, como se lhe referiu Cláudio Torres ,foi cintada, na época medieval, por uma poderosa muralha de que se conservam ainda alguns vestígios importantes. O perímetro amuralhado, parcialmente reconstituído por alguns autores, é considerável, desenvolvendo-se desde a margem do Mondego, onde uma grande torre - Torre de Belcouce - defendia a parte mais baixa do recinto. A cerca desenvolvia-se em planta oval, passando pela actual Rua Ferreira Borges, onde se conserva ainda o grandioso arco de Almedina, e subia até ao actual Museu Machado de Castro, a partir do qual se iniciava a alcáçova, genericamente conotada com o Largo de D. Dinis.
Infelizmente, as fases de destruição por que passou o centro histórico da cidade não permitem, hoje em dia, reconhecer a totalidade do alinhamento amuralhado. O castelo, de que subsistiram plantas de época pombalina referenciando a torre de menagem românica, foi quase totalmente destruído em 1772, altura de um projectado, mas não realizado, observatório. Posteriormente, a edificação estado-novista na alta da cidade determinou a destruição de inúmeros vestígios da estrutura militar antiga.
A par de alguns troços de muralha inseridos na malha urbana e em edificações posteriores, conservam-se algumas torres e portas que constituem, ainda, uma referência obrigatória na paisagem urbana de Coimbra.
A mais importante é a Porta da Almedina, localizada na Rua Ferreira Borges e originalmente defronte do leito do Mondego. Compõe-se de um grande arco, incialmente em ferradura, mas cujos saiméis laterais foram desbastados ao longo dos séculos conferindo-lhe a actual feição de volta perfeita, protegido por uma não menos grandiosa torre. Como entrada natural e privilegiada na cidade, esta porta foi objecto de algumas modificações e actualizações, especialmente na época moderna. No reinado de D. Manuel ou, mais propriamente, no de D. João III, a torre foi adaptada a Casa da Câmara. Data dessa altura a campanha artística renascentista levada a cabo por João de Ruão, escultor a quem se deve o baixo relevo da Virgem com o Menino que sobrepuja o interior do arco-túnel, e a janela quadrangular decorada que o ladeia. Já em finais do século XIX, a torre teve várias funções, como a de Escola Livre das Artes do Desenho, dirigida por António Augusto Gonçalves, até que aqui se estabeleceu o Arquivo Histórico Municipal.
Outro elemento importante que ainda subsiste do perímetro amuralhado medieval é a pequena porta junto ao Museu Nacional de Machado de Castro, composta por um arco de ferradura inserido num alfiz e sobrepujado por ameias, facto que revela o cuidado na execução desta parte da muralha e até a elegância das suas realizações. A torre de Anto, cuja classificação foi efectuada autonomamente, constitui um vestígio mais do que foi a muralha da cidade de Coimbra.
O contributo da Arqueologia no centro histórico de Coimbra será decisivo para o reconhecimento das estruturas militares medievais da cidade. Escavações actualmente em curso no pátio da Universidade têm revelado algumas estruturas de extremo interesse, relacionadas com o Paço - de origem islâmica e sucessivamente transformado pelos nossos monarcas ao longo dos séculos - que a muralha envolvia. O alargamento das áreas intervencionadas arqueologicamente com certeza trará novos dados para um dos problemas que os autores que se têm dedicado à história da cidade mais se debatem: a definição do(s) traçado(s) da muralha durante a Idade Média, desde a sua possível construção - em época romana ou islâmica - até às transformações da Baixa Idade Média.
Texto: PAF / IPPAR

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sexta-feira, 16 de março de 2012

Portugal: Linhas de Torres – Torres Vedras - Lisboa

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História
Este peculiar conjunto defensivo foi ordenado por Arthur Wellesley (mais tarde duque de Wellington), após a invasão de Soult (Março a Maio de 1809) na expectativa de uma nova invasão francesa. Baseava-se na ideia de reforço dos obstáculos naturais da região, ao mesmo tempo em que mantinha uma comunicação aberta com o mar, em caso de eventual necessidade de retirada das tropas britânicas pelas suas forças navais.
Os trabalhos iniciaram-se a partir de Novembro de 1809, com as obras de ampliação e reforço do Forte de São Julião da Barra, a que se seguiram a construção do Forte de Sobral, do Forte de São Vicente de Torres Vedras e as fortificações de Mafra, Montachique, Bucelas e Vialonga, sob a direcção do Tenente-coronel britânico Richard Fletcher.
Ainda incompletas, contando com apenas 108 estruturas, entraram em combate em 1810, derrotando as tropas francesas sob o comando do marechal André Masséna, vindo os trabalhos a serem concluídos apenas em 1812.
Considerada como um dos maiores (e mais baratos) feitos da engenharia militar britânica, em 1883 foi erguido em Alhandra o Monumento Comemorativo das Linhas de Torres Vedras[1].

Características

No total, o conjunto ascende a 152 fortificações, distribuídas entre o mar e o rio Tejo, em posição dominante no terreno circundante, reforçadas por obras complementares de defesa: escarpas e contra-escarpas, trincheiras, fossos, diques, estradas e outros, distribuídas por três linhas principais, subdivididas em distritos e estes, em sectores:
  • 1.ª Linha: estendia-se por aproximadamente 46 quilómetros, de Alhandra à foz do rio Sizandro, em Torres Vedras, complementada por uma flotilha de 14 canhoneiras inglesas que patrulhava o rio Tejo (a chamada Bateria do Tejo);
  • 2.ª Linha: a cerca de 13 km ao sul da anterior, estendia-se por cerca de 39 km, de (Forte da Casa) a Ribamar;
  • 3.ª Linha: a cerca de 40 km ao sul da anterior, compreendia um perímetro defensivo de cerca de 3 km, da povoação de Paço D’Arcos ao Forte de São Julião da Barra, protegendo as cabeças de praia junto à foz do rio Tejo.
Uma 4.ª Linha erguia-se na margem sul do rio Tejo, fechando a península de Setúbal, cobrindo aquele flanco.

Curiosidades

  • As Linhas de Torres são consideradas pelos especialistas um dos mais eficientes sistemas de fortificação de campo da História.
  • Foram erguidas em absoluto segredo: nem o comando das tropas e nem os governos francês e inglês tinham conhecimento dos trabalhos. Apenas alguns oficiais do Estado-maior inglês e os envolvidos na direcção dos trabalhos conheciam os planos.
  • Para a construção dessa extensão de obras, foi implantada uma verdadeira política de terra queimada: a população da região a Norte das linhas (cerca de 300 mil habitantes) foi deslocada para dentro do perímetro defensivo, colaborando nas obras e reforçando a defesa.
  • Os trabalhos foram dirigidos por 18 oficiais e 150 sargentos britânicos, a um custo total em torno de 100 mil libras esterlinas.
  • O rio Sizandro foi tornado praticamente intransponível, pois a agravar o seu curso já de si pantanoso, foram construídas comportas destinadas a reter as suas águas.
  • Pode-se afirmar que as "Linhas de Torres" desempenharam papel fundamental na dissuasão da marcha das tropas de André Masséna. Apesar de ter se aproximado das Linhas, tendo-as observado pessoalmente e constatado a dificuldade de transpô-las, iniciou a retirada da península Ibérica, sempre acossado pelas forças luso-britânicas.

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quinta-feira, 15 de março de 2012

Portugal: Fortim de Montedor ou Forte Paçô - Carriço - Viana do Castelo

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Durante as Guerras da Restauração, entre 1640 e 1668, foi delineada uma linha defensiva ao longo da costa atlântica para impedir eventuais ataques da armada espanhola. Na região do Alto Minho foram remodeladas diversas fortificações já existentes, como o forte da Santiago da Barra, na foz do rio Lima em Viana, ou o forte da Ínsua, em Caminha, fronteiro à margem galega do Minho. Ao mesmo tempo eram construídas novas fortalezas integradas nesta linha defensiva, para reforçar a defesa daquela zona da costa, bastante permeável.
O Forte de Paçô, ou Fortim de Montedor, foi construído nessa época, reforçando o fogo defensivo dos fortes da Areosa e do Cão. Desconhece-se a autoria do projecto da fortaleza, no entanto a estrutura apresenta evidentes semelhanças com o forte da Areosa.
De pequenas dimensões, o Fortim de Montedor desenvolve-se em planta estrelada, com quatro baluartes desiguais. A face voltada ao mar é de forma curva, a face oposta é côncava; nesta foi inscrito o pórtico do forte, em arco de volta perfeita. No seu interior o espaço foi dividido em pequenos compartimentos, formando um corredor no centro da praça.
A importância defensiva do Fortim de Montedor manteve-se ao longo das centúrias seguintes, tendo um papel preponderante tanto durante as Invasões Francesas como nas lutas liberais de meados do século XIX.
Em 1983 o forte passou para a alçada da Região de Turismo do Alto Minho, passando a ser equacionado o aproveitamento turístico e cultural do espaço. No ano de 1995 foi elaborado um projecto da autoria do arquitecto Luís Teles para adaptação do forte a restaurante, posteriormente substituído por outro projecto, do mesmo arquitecto, para instalar em Montedor um centro de interpretação e de apoio a percursos ambientais. Actualmente o imóvel está a ser objecto de acções de conservação e restauro.
Texto: IPPAR - C.O.

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Nove meses de gravidez em 90 segundos

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Um jovem casal norte-americano decidiu registar os nove meses de gravidez, até ao nascimento da filha Amelie, através de um vídeo "stop motion" que revela o crescimento da barriga materna em 90 segundos. Está a ser um sucesso no Youtube. Veja o vídeo.




O "pequeno projeto de nove meses" começa com o jovem a beijar a barriga da companheira, como se do beijo da vida de tratasse, simbolizando o momento da conceção. E ali começa a odisseia de mudanças, da barriga materna e de todo o ambiente que envolve o casal, até ao nascimento da pequena Amelie Amaya.
O vídeo "stop motion" (técnica que utiliza a disposição sequencial de fotografias) foi a maneira escolhida pelo jovem casal para revelar ao mundo a alegria de serem pais.
Quando chega "a hora", a mãe aponta para o relógio e, após mais um beijo do pai na barriga, surge a bebé nos braços dos pais com a mensagem "Apresentando Amelie Amaya".
Publicado no Youtube no passado dia 7, o vídeo já tem perto de 700 mil visualizações, acompanhado de vários comentários que elogiam a iniciativa do casal, pela simplicidade como partilharam a sua felicidade em serem pais.

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quarta-feira, 14 de março de 2012

Portugal: Fortim da Areosa - Viana do Castelo

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O Forte da Areosa, também designado como Forte da Vinha ou Castelo Velho, mas melhor conhecido como Fortim da Areosa, localiza-se na povoação e freguesia de mesmo nome, no Concelho e Distrito de Viana do Castelo, em Portugal.
Fortificação marítima, foi edificado no contexto das Guerra da Restauração, com o objetivo de reforçar a defesa da costa atlântica do Minho, vulnerável a qualquer ataque da Armada espanhola, tal como outros fortes construídos no litoral entre Vila Praia de Âncora e Esposende na mesma época. Foi implantado ao Sul da enseada de Vinha, a norte do Forte de Santiago da Barra, em Viana do Castelo, para reforçar o cruzamento de fogos com esta fortificação, disposta na foz do rio Lima, e também com o Forte de Montedor.

Características

O forte, de pequenas dimensões e alçados simples, apresenta planta estrelada no estilo maneirista, sendo constituído por quatro baluartes laterais. A sua tipologia estrutural apresenta semelhanças com os fortes de Montedor e do Cão, cuja planimetria constituiu, à época, um avanço no sistema de defesa e vigia.
Acredita-se que este conjunto de fortes, no litoral do Minho, possa ter sido delineado pelo mesmo arquiteto.
Atualmente integrante da Região de Turismo do Alto Minho, encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público por Decreto publicado em 3 de Junho de 1970.
(Texto: wikipédia)

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terça-feira, 13 de março de 2012

Qual é a origem do ensinamento do inferno de fogo?

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Nas crenças da antiga Babilônia e Assíria “o mundo inferior . . . é retratado como um lugar cheio de horrores, e é presidido por deuses e demônios de grande força e ferocidade”. (The Religion of Babylonia and Assyria, Boston, EUA, 1898, de Morris Jastrow, Jr., p. 581) Uma evidência antiga do aspecto ardente do inferno da cristandade encontra-se na religião do antigo Egito. (The Book of the Dead, New Hyde Park, N. I., EUA, 1960, com introdução por E. A. Wallis Budge, pp. 144, 149, 151, 153, 161) O budismo, que data do 6.° século AEC, com o tempo apresentou infernos tanto quentes como frios. (The Encyclopedia Americana, 1977, Vol. 14, p. 68) Descobriu-se que gravuras do inferno, representadas nas igrejas católicas na Itália, remontam a raízes etruscas. — La civiltà etrusca (Milão, Itália, 1979), de Werner Keller, p. 389.
Mas as verdadeiras raízes desta doutrina que desonra a Deus são muito mais profundas. O conceito hediondo associado com um inferno de tormento é uma calúnia contra Deus e se origina do principal caluniador de Deus (o Diabo, cujo nome significa “Caluniador”), a quem Jesus Cristo chamou de “pai da mentira”. — João 8:44.


Baseado no Livro Raciocinios
Publicado pelas Testemunhas de Jeová

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Portugal: Fortificações da Praça de Valença do Minho - Viana do Castelo

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Valença do Minho é, por circunstâncias várias, a mais importante fortaleza do Alto Minho. No século XVII, no contexto das Guerras da Restauração da Independência Portuguesa, construiu-se uma impressionante fortificação abaluartada, de patamares sobrepostos para melhor aproveitar as condições topográficas do local, projecto grandioso que se assumiu como obra de propaganda e de ameaça face à vizinha Espanha.

As origens da cidade são, contudo, anteriores. Elas remontam à viragem para o século XIII e ao reinado de D. Sancho I, monarca que coutou a povoação e a entregou a Paio Carramundo, com a obrigação de a povoar e organizar. Face à natureza expansionista do bispo de Tui e do mosteiro de Ganfei, a fundação da localidade insere-se no processo de reconhecimento da autoridade régia no Alto Minho, que percorre grande parte da política real durante a primeira dinastia.

Imediatamente se terá construído um primitivo reduto defensivo, sucessivamente reformado ao longo dos séculos seguintes. Com foral a partir de 1217, e com cintura de muralhas datadas, muito provavelmente, da mesma época, Valença foi assumindo uma importância estratégica no contexto das relações do Minho com a Galiza, estatuto reforçado por ser o principal ponto de passagem entre as duas regiões.

O que resta da fortaleza medieval data do reinado de D. Afonso III. Em 1262, o rei ordenou uma grande reforma do sistema militar da vila, cujas muralhas passaram a abarcar toda a povoação. Desconhecemos, em grande parte, a sua configuração, pelas múltiplas transformações posteriores, mas restam ainda alguns vestígios que podemos atribuir a essa época.

Na Porta do Açougue, virada a Norte, é ainda possível verificar a existência de um escudo medieval na pedra de fecho. A porta da Gabiarra, voltada a nascente, era a principal entrada na fortaleza, dando para a zona ribeirinha e para a barca que fazia a travessia do Minho. Assumia-se como uma entrada triunfal, de grande impacto cenográfico e onde se concentravam os elementos identificativos do patrocínio régio, compondo-se por uma passagem ladeada harmonicamente por duas imponentes torres quadrangulares.

No final da Idade Média, como desenhou Duarte d'Armas, a fortaleza afonsina foi complementada por barbacãs e por uma couraça, elementos que revelam a sua importância no período de transição para a guerra de pólvora.

Chegados ao século XVII, Valença era uma das localidades mais expostas aos ataques espanhóis, cujas tropas a tentaram tomar em 1643 e 1657. A localização privilegiada no curso do Minho e as condições do terreno possibilitaram a construção de uma das mais significativas realizações militares da História de Portugal. O projecto ficou a dever-se a Miguel de l'Escole, engenheiro militar com outros trabalhos documentados em fortalezas do Alto Minho, arrancando as obras em 1661. Estas, só ficaram formalmente concluídas em 1713, ano em que uma planta do seu último arquitecto, Manuel Pinto de Vilalobos, a dá como concluída, embora existam referências à construção de baluartes nos anos seguintes.

Meio século de trabalhos alteraram radicalmente a fisionomia de Valença e a relação da localidade com o rio, separados, a partir daí, por uma gigantesca malha de baluartes e de patamares comunicantes entre si através de fossos e de passagens superiores. Planimetricamente, a nova fortaleza dividia-se em duas áreas, ainda hoje bem vincadas, inter-ligadas pela Porta do Meio: a Norte, abrangendo o velho núcleo medieval, a "Vila", onde se concentrava o grosso da população e os principais equipamentos sociais; a Sul, correspondendo a uma área menor, mas praticamente desimpedida de construções, a "Coroada". A rodear os dois espaços urbanos, uma densa malha de baluartes, revelins e fossos isolava a cidade e permitia uma ampla área de visibilidade e de fogo.

Obra maior da nossa História, Valença foi restaurada ao longo do século XX e prepara-se, na actualidade, para se candidatar a Património da Humanidade.

Forte Valença do Minho - www.monumentos.pt - 2
Forte Valença do Minho - www.monumentos.pt - 3
Forte Valença do Minho - www.monumentos.pt - 4

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segunda-feira, 12 de março de 2012

Portugal: Forte ou Castelo de Santiago da Barra - Viana do Castelo

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Viana da Foz do Lima era em meados do século XV um dos grandes portos marítimos portugueses, mantendo contactos comerciais com Galiza, Flandres e França. Quando ao longo de toda a centúria de Quinhentos a vila conheceu um período de crescimento económico, aumentando a sua população e alargando o perímetro urbano, a capacidade defensiva das muralhas medievais tornou-se insuficiente, sobretudo no que respeitava à barra do rio Lima. Assim, D. Manuel mandou construir, cerca de 1502, uma pequena fortaleza abaluartada no campo de Santa Catarina, situado no extremo oeste da vila, que passaria a ser designada como Torre da Roqueta. Esta fortaleza levanta inúmeras questões quanto à sua construção, uma vez que a Roqueta terá possuído um baluarte prolongado para o rio, destruída em campanhas de obras posteriores. Desta forma, a torre teria a mesma tipologia da fortaleza construída em Belém por ordem de D. Manuel, e ao confirmar-se a construção da Roqueta vianense antes de 1515, este exemplar reveste-se da maior importância na história da arquitectura militar portuguesa, uma vez que terá sido um protótipo para a edificação da torre lisboeta.
Em 1568, já depois de D. Sebastião ter outorgado a Viana o título de notável, a Câmara de Viana decidiu construir na entrada marítima da vila um forte que proporcionasse uma melhor defesa da barra do Lima. Entre 1568 e 1572 é construído junto à Torre da Roqueta um pequeno forte de planta rectangular que aproveitava a fortaleza manuelina como cunhal sudoeste da sua muralha. Durante o reinado de Filipe I o forte de Viana foi completamente remodelado e ampliado; em 1589, por ordem do monarca, iniciaram-se as obras de construção da fortaleza de Santiago, segundo renovadas técnicas de arquitectura militar, prolongando-se a sua construção até 1596. O forte voltaria a receber obras de remodelação entre 1652 e 1654, a mando de D. Diogo de Lima, governador de armas de Entre Douro e Minho, e em 1700 foi cavado um fosso à volta dos panos da muralha virados a terra. Actualmente o Forte de Santiago da Barra é sede da Região de Turismo do Alto Minho.
Traçado por Filippo Terzi, o Forte de Santiago é uma edificação de planta poligonal constituída por muralhas de perfil trapezoidal, reforçadas por baluartes triangulares nos vértices voltados a terra, havendo com guaritas de planta circular nos cunhais. A entrada na fortaleza é feita por ponte larga sobre o fosso que a circunda, conduzindo a um portal de arco de volta perfeita ladeado por pilastras, encimado pelo brasão de D. João de Sousa, governador do forte em 1700, e rematado na cornija pelo escudo de Portugal. No interior do forte, ao qual se tem acesso por um corredor abobadado, pode ver-se ao fundo o edifício principal, de planta rectangular de três registos com alçado ritmado por três portais, sendo o principal enquadrado por arco de volta perfeita rematado com cartela e ladeado por colunas encimadas por balaústres em meio relevo, rematado pelo escudo real. Os portais laterais são de moldura em arco de volta perfeita sem decoração. Ao longo de toda a fachada foram abertas janelas em ambos os registos. O edifício possui ainda janelas de mansarda. A norte situa-se a Capela da Santiago, de planta longitudinal, com capela-mor rectangular e frontispício terminado em empena, com sineira à direita. Fronteiro a esta situa-se o paiol, edifício de planta quadrangular de um registo, com portal de volta perfeita encimado pelo escudo de Portugal e rematado em empena triangular. Integrada na zona sudoeste da fortaleza, situada num terraço que se forma no segundo registo, ergue-se a Torre da Roqueta, com entrada pelo adarve, através de rampa. Flanqueada exteriormente com quatro pequenas torres e rodeada por um pequeno fosso, a Roqueta possui corpo rectangular com dois registos, um terraço com adarves e as armas do rei D. Manuel esculpidas na fachada.
Forte Santiago da Barra - Viana do Castelo - Foto Maria Ines Dias - 2006 - IPPAR - 3
Forte Santiago da Barra - Viana do Castelo - Foto Maria Ines Dias - 2006 - IPPAR - 4

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domingo, 11 de março de 2012

Portugal: Forte no Lugar de Paimogo (ruínas) Ou Forte de Nossa Senhora dos Anjos de Paimogo – Lourinhã - Lisboa

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O Forte de Nossa Senhora dos Anjos de Paimogo foi construído no contexto de guerra contra Espanha, após a proclamação da Independência de Portugal em 1640. Na sua origem esteve o conde de Cantanhede (mais tarde Marquês de Marialva), D. António Luís de Meneses, que promoveu a edificação do conjunto com vista a uma mais efectiva defesa desta parcela do território (que abrange, numa mesma linha de visibilidade, Peniche e a costa até à Serra de Sintra), em constante ameaça marítima por tropas espanholas, mas também por corsários e piratas ao serviço de outras coroas europeias.
Ao que tudo indica, a sua construção estaria concluída em 1674, sendo o forte de planta quadrangular, reforçada nas extremidades por guaritas de secção circular, cobertas por abóbada cónica.
O local onde se ergue o forte não é apenas importante no que diz respeito ao património edificado. Muito próximo, nas arribas fósseis que caracterizam a zona, foi identificada uma área de nidificação de dinossauros, onde se conservavam vários ovos e restos embrionários de terópodes e outros animais do Jurássico Superior.

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sábado, 10 de março de 2012

Portugal: Forte de São Miguel Arcanjo ou Forte do Morro da Nazaré - Leiria

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O Forte de São Miguel Arcanjo, também referido como Forte do Morro da Nazaré, localiza-se na vila da Nazaré, no extremo do promontório, a mais de 80 metros de altura. Frente a ele encontra-se a  Pedra do Guilhim, um enorme rochedo batido pelas ondas.
História
A primitiva estrutura remonta ao reinado de D. Sebastião (1557-1578), que ali determinou erguer uma fortificação para defesa do povoado piscatório do monte da Pederneira (1577), por cujo porto era escoada a madeira do Pinhal d’El Rey (Pinhal de Leiria) e cujos estaleiros já possuíam importância económica de vulto à época.
Essas obras, entretanto, só ganhariam impulso durante a Dinastia Filipina, quando o rei D. Filipe II (1598-1621), por volta do ano de 1600, determinou reconstruir a primitiva fortaleza de acordo com a planta do arquitecto florentino Giovanni Vicenzo Casale.
Necessitando de reparos no início do século XVII, à época da Guerra de Restauração da independência portuguesa a Coroa determinou a sua modernização e ampliação (1644), quando adquiriu a sua actual conformação.
É um notável monumento militar maneirista, característico da defesa da costa, com planta longitudinal irregular adaptada ao promontório sobre o qual assenta. Possui um baluarte em cada ângulo, grossas muralhas diversas vezes restauradas, com contrafortes, ameias e frestas, dispondo de uma original Praça de Armas no 2º piso. Por cima da porta de entrada, sob um lintel, uma imagem em baixo-relevo de S. Miguel Arcanjo e a legenda “El-Rey Dom Joam o Quarto – 1644”.
Durante a 1ª Invasão Francesa (Junot – 1807/1808), esteve ocupado por soldados de Napoleão I, que a população do Sítio e da Pederneira ajudou a expulsar, tornando-se assim num símbolo da resistência popular.
Em 1903, foi instalado um farol nas suas dependências, com a função de auxílio à navegação naquele trecho do litoral.
O Farol da Nazaré, activo até hoje, com um alcance luminoso de quinze milhas náuticas, completado por um sinal sonoro de aviso em dias de nevoeiro intenso.”
(Fonte: pt.wikipedia)

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